Você gosta de si mesmo, de si mesma? É possível gostar da gente, mesmo tendo defeitos de caráter, como todos temos? Existe alguma diferença entre como a sociedade conceitua a autoestima, e como Deus, nosso criador a define?
Eu me deparei com um bom artigo da jornalista Emanuelle Sales, intitulado: O Modo Diferente como Deus trata a Autoestima.
Além de jornalista, ela é criadora de um blog e autora de livros como: “Espelho, Espelho Meu, Agora o Espelho é Deus”, e também o livro “Imagem & Semelhança” e “Filha de Rei”. Eu trago agora para você ideias do texto dela, e minhas próprias ideias sobre o assunto da autoestima. Entre 2005 e 2007 eu estudei e trabalhei numa instituição de saúde nos Estados Unidos, e foi nessa ocasião que mudei meu conceito sobre autoestima ao conviver com um casal de cientistas: Dr. Bernell Baldwin, doutor em Neurofisiologia pela Universidade George Washington, e a sua esposa, autora, Marjorie Baldwin, médica especializada em aparelho digestivo e nutrição. Ambos haviam sido professores da Faculdade de Medicina da Universidade de Loma Linda, na Califórnia.
Muitas vezes almoçava com eles no refeitório daquela instituição, e foi ali que aprendi, entre outras coisas, um novo conceito sobre autoestima. Como cientistas cristãos, eles baseavam suas ideias sobre autoestima nos ensinamentos bíblicos. E um deles comentou comigo sobre como se pode ter uma autoestima ao olharmos a nossa contaminação espiritual.
Eu fiquei pensando nisso e comecei a entender que eu precisaria mudar o meu conceito de autoestima. Mas o que é a autoestima afinal de contas? Uma das definições pode ser: Autoestima significa um valor que damos a nós mesmos, e que tem a ver com a nossa capacidade de nos amar. Autoestima se relaciona com o auto respeito, a autoaceitação e o autoconhecimento.
Uma pessoa pode ter boa ou má autoestima. Pode ter autoestima alta, baixa ou normal. Quando você vive se depreciando, se desrespeitando, se rejeitando, é sinal que a sua autoestima está baixa. Por outro lado, exaltar-se a si mesmo não é sinônimo de boa autoestima. Pode ser fruto de insegurança, de orgulho, ou de arrogância.
Faz parte do desenvolvimento da boa autoestima, a auto compreensão. Quando melhoramos nosso autoconhecimento, podemos nos tornar mais humildes, porque vemos que temos virtudes e defeitos, e que não somos melhores que ninguém. A jornalista Emanuelle cita uma pesquisa feita pelos fotógrafos Viola Gaskell e Alisson Luntz, na qual fizeram a seguinte pergunta: O que faz você se sentir bonito, bonita? Essa pergunta foi feita às pessoas que passavam pelas ruas de Seattle e Nova York nos Estados Unidos. A pesquisa era parte de um projeto chamado: “O que me faz sentir bonito, bonita?” criado para o blog de moda e Estilo do Ebay, uma grande empresa de comércio eletrônico norte americana.
Os dois fotógrafos ouviram depoimentos de pessoas que diziam: “A única coisa que faz me sentir bonita com o meu corpo são meus saltos. Uma garota sempre sente se bonita com suas curvas e um salto.” Outra pessoa disse assim: “o meu sorriso, a minha pele. Essas são algumas das minhas coisas favoritas em mim mesma”.
Uma pessoa comentou sobre o que a faz se sentir bonita, dizendo assim: “Ficar toda arrumada, como estou agora! Eu estou indo dar uma volta com uns amigos, então coloquei esse vestido e essa joia que eu adoro. Definitivamente, isso me faz sentir bonita”.
Interessante o comentário de outra pessoa que disse assim, de uma forma mais espiritual: “Eu acho que sua beleza é a sua postura, sabe? Uma pessoa pode ser muito bonita, mas quando abre a boca, pode matar toda a beleza”.
Uma pessoa comentou: “Minha autoestima fica muito melhor quando tô ‘rebocada’ e produzida; me sinto mais bonita com makes bem elaboradas e um belo salto alto”.
É engraçado como que em geral as pessoas conectam autoestima unicamente com o que elas podem ver no espelho. E quando envelhecer? E quando a pele não for mais sedosa? E quando surgirem as rugas da idade? Será que a cirurgia plástica resolve tudo? Você está construindo sua autoestima baseado somente na sua imagem! Isso tem um paralelo com que Jesus disse sobre o perigo e a imprudência de construir um castelo sobre a areia.
A jornalista Emmanuelle continuou escrevendo que é provável que uma mulher sinta-se mais poderosa e confiante estando sobre um bonito sapato alto, usando a maquiagem caprichada, vestindo roupas de marcas caras e exalando um cheiro de perfume importado. E é provável que um homem se sinta poderoso, cheio de si, usando um terno feito sob medida por um alfaiate de elite, portando um relógio de ouro, calçando sapatos de grife e tendo gastado um bom dinheiro no salão de beleza masculina.
Mas o que você sente por você mesmo, por você mesma? Quando você volta para casa e tira a maquiagem, joga o vestido caríssimo na cama, tira o terno importado, toma banho e fica no seu corpo natural, sem pinturas, sem maquiagem, sem joias, sem perfume, você gosta do que vê ou não?
A Bíblia nos aconselha a não construir nosso amor próprio em coisas exteriores, porque elas passam e podem não ter sustentação. Ela nos recomenda construir a noção de valor como pessoas, em coisas que a traça e a ferrugem não destroem e onde ladroes não arrombam para roubar. O médico, Dr. Lucas, narrou essas palavras de Jesus em seu Evangelho, da seguinte forma:
A vida é mais importante do que a comida, e o corpo, mais do que as roupas.
Lucas 12:23
Nosso respeito próprio, nossa autoestima precisa estar baseada no que Deus vê em nós; quando nos submetemos à sua ajuda pelo poder Dele, chamado de graça.
Sempre que Jesus se defrontava com uma pessoa, por pior que ela fosse em termos de comportamento, Ele olhava pensando no que ela poderia se tornar, caso se entregasse a Ele e O seguisse, praticando as Suas instruções. Emmanuelle, a jornalista, comentou que livro de autoajuda e gurus do amor próprio, levantam bandeiras que colaboram para inflar o ego em busca do aplauso de multidões e sensação de poder. Mas nosso criador olha para nós e diz:
Toda carne é erva, e toda a sua beleza, como as flores do campo. Seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva. Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente.
Isaías 40:6-8
Ou seja, somos pequenos, mortais, limitados; morremos. Esse comentário em Isaías não é uma depreciação da vida e da pessoa humana, mas uma constatação de nossa limitação, pequenez e finitude. Deus amou e ama tanto as pessoas, Suas criaturas, que o próprio Deus, Jesus Cristo, veio ao mundo para nos erguer, nos curar, nos salvar, restaurar nossa autoestima. O seu valor como pessoa, sua autoestima, precisa estar fundamentada no valor que o criador te dá, e não na sua aparência exterior; porque essa muda. Pense nisso profundamente.
Podemos nos respeitar mesmo sendo imperfeitos como somos. Junto das características ruins de nossa personalidade, Deus vê que existem virtudes em potencial que Ele pode desenvolver em nossa vida, se quisermos e se deixarmos Ele agir, nos entregando a Ele e seguindo a beleza e a simplicidade do Mestre Jesus Cristo, conforme descritas nos Evangelhos.
Autoestima correta depende do que Deus estabelece em nosso caráter. Pense nisso! Deixe de lado essa ideia de ficar construindo só em função do exterior. Claro que você não vai ser uma pessoa relaxada, usando uma roupa mau passada, não tendo uma higiene pessoal correta. Não tem nenhum problema em você cuidar da sua estética corporal. Isso é saudável. Só não pode deixar virar uma coisa obsessiva. Não é bom para sua saúde mental ter essa visão externa supervalorizada, tendo como o que você vê no espelho a única fonte de satisfação, a única fonte de autoestima. Pense bem! Deus quer te dar uma estima maravilhosa.
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Dr. Cesar Vasconcellos de Souza está trabalhando como psiquiatra e palestrante internacional. É autor de 3 livros, colunista da revista de saúde “Vida e Saúde” há 25 anos, e tem programa regular na TV “Novo Tempo”. Acesse mais conteudos no canal de Youtube.
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